quarta-feira, 24 de junho de 2009

Só os profetas enxergam o óbvio!

"A solidão começou para o verdadeiro católico. Tomem nota: — ainda seremos o maior povo ex-católico do mundo." Já dizia o profeta, Nelson Rodrigues.
Célebre, espetacular e precursor do ululante, nasceu em Pernambuco, mas cedo se mudou para o Rio de Janeiro, onde escreveria por toda sua vida, e se apaixonaria pelo Fluminense. Torcedor ávido de futebol consagrou-se com suas cronicas melancólicas e distraídas que circulavam nos jornais.
"Quem nunca desejou morrer com o ser amado nunca amou, nem sabe o que é amar"
Escreveu várias peças teatrais e romances, mais de centenas de contos e cronicas. Era um gênio. Ao Nelson Rodrigues agradeço a idéia do nome óbvio ululante (e a namorada pelo Oh!), o óbvio pulsante, latejante, escancarado. Marcou-se pelas frases e pensamentos críticos e sarcásticos, com um toque de humor negro e salgado. Muitos dirão dele machista e intransigente; ele era só mais um brasileiro que viveu sua época e a registrou em suas obras, assim o defendo.
"A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano, e repito: – o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão."
Nelson tinha em seu estilo o toque realista, as criticas circulavam do casamento ao próprio povo brasileiro, não se apegou ao comunismo como outros intelectuais da época, chegando em alguns momentos a defender a ditadura, mas relevar a censura como o pior dos sacrilégios para um jornalista como ele.

"Antigamente, o defunto tinha domicílio. Ninguém o vestia às pressas, ninguém o despachava às escondidas. Permanecia em casa, dentro de um ambiente em que até os móveis eram cordiais e solidários. Armava-se a câmara-ardente num doce sala de jantar ou numa cálida sala de visitas, debaixo dos retratos dos outros mortos. Escancaravam-se todas as portas, todas as janelas; e esta casa iluminada podia sugerir, à distância, a idéia de um aniversário, de um casamento ou de um velório mesmo."

Aí foi uma breve crítica, tietismo, desse grande escritor, aproveitando também para mostrar o autor do nome do blog em sua verdade pulsante. Abaixo mais algumas frases marcantes para se pensar:

"O casamento não é culpado de nada. Nós é que somos culpados de tudo."
"O que atrapalha o brasileiro é o próprio brasileiro. Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro"
"Morder é tara? Tara é não morder"
"O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca"
"Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante"
"Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."
"Amar é ser fiel a quem nos trai."

Abraços

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